preconceito linguístico é outra coisa
O pessoal insatisfeito com tudo e que não presta atenção direito em nada
estava zoando o inglês do Moro no Fórum Econômico Mundial #fremdschämen
Que atitude pequena é brasileiro zoando pronúncia de brasileiro em outro idioma
né 😉 A pessoa faz curso de línguas fora e acha que
virou estrangeira, falante nativa 😂 #temquerir Enquanto isso, nosso principal problema em termos de
idioma segue sendo o parco conhecimento que os brasileiros tem do português.
Com o tempo a gente
entende que ninguém fala o brazilian
portuguese direito (nem o brasileiro!) e pronto, tá liberado não falar
outro idioma de forma perfeita, sem sotaque. A única língua que temos obrigação
de falar como nativos é nossa língua nativa. Escrever... escrever é outra
coisa.
E como escrito é diferente de falado, uma hora precisaremos encarar a diferença entre preconceito linguístico e a abolição de regras
gramaticais. Virou comum veículos grandes reproduzindo o uso inadequado de há e
a (cadê a revisora!?), assim como
erros ortográficos de influencers com milhões de seguidores. Até quando
acharemos isso normal e não aceitaremos críticas? Pessoas fixam regras gramaticais
na prática e, de tanto ver tanta coisa escrita errado, acabam confundindo.
Ademais, mal-entendidos acontecem por conta do uso equivocado de
vírgulas e sinais de pontuação. É fácil achar textos online, posts nas redes, placas
e avisos pela cidade, etc, nos quais as pessoas vomitam erros de português às
toneladas. Não sabem usar verbos nem crases,
não sabem se é com x ou com ç... mas nada desses erros chega perto do
sacrilégio que demonstra completo desprezo pela língua nativa. Separar o
sujeito do verbo.
"Fulano, está preso em Curitiba..." e "o motorista,
esperou o sinal abrir..." ?!? Francamente! Uma das primeiras lições
que aprendemos na escola é a não separar sujeito e verbo (predicado). Os
veículos estão cheios de textos (pseudo?)
jornalísticos recheados com essa infâmia! Só se coloca vírgula depois do sujeito
no caso de aposto, que é uma explicação vinculada ao substantivo ou ao pronome.
Por exemplo, "fulano, ex-presidente
da república, está preso em Curitiba" e "o motorista, impaciente, esperou o sinal abrir".
📕🐎✋😉
Para piorar o estado linguístico, há por aí uma nova modalidade de cagação
de regras, a Militância Idiomática. Se você não usar X ou @ para neutralizar
gêneros, não pode. Se não usar cis
para identificar sobre qual tipo de homem ou mulher se está falando, é errado e
é sinal de ser preconceituoso e excludente das pessoas trans.
O problema é que Todxs xs alunxs,
além inexistente, é impronunciável e exclui portadores de algumas deficiências.
O que aconteceu com Todos(as) os(as)
alunos(as)? A escola mandava bilhetes para os pais sem a necessidade de
assassinato da língua portuguesa e sem excluir ninguém. Por que insistir no
assassinato da norma culta, (por motivos de militância!), se for possível dizer
a mesmíssima coisa sem assassinar a gramática?
O português não é machista; o uso que se faz dele pode vir a ser. Vamos falar
como gente grande? Ainda há tantos analfabetos e analfabetos funcionais no
país... devemos mesmo nos preocupar com prefixos, X e @s? Isso acaba soando como
extrema falta de conexão com a realidade. Ou acham possível que haja pleno
entendimento do que significam X e @s num contexto em que as pessoas sequer
têm um bom conhecimento de sua língua e não conseguem interpretar textos
simples, escritos em linguagem coloquial?
Para expressão escrita, norma culta na medida do possível 😉 Respeito a
verbos, pronomes e concordâncias cai bem. Ainda que coloquialmente, para
escrever em blogs. No mundo encantado dos contos de fadas, aceitam-se X e @s
em concursos, dissertações, textos profissionais, vestibulares,
monografias, etc? Queremos que as pessoas estejam preparadas para uma utopia ou
para o mundo real?
A utopia distante é que não haja preconceito de gênero. O sonho. Mas enquanto essa realidade não chega, pode-se (e deve-se!) preparar as
pessoas para o uso que deverão fazer da língua em suas vidas escolares,
acadêmicas, profissionais. E isso não tem nada a ver com preconceito. É um
incômodo a predominância do masculino? Para muita gente, sim. Porém, é perfeitamente
possível deixar o X e a @ para trás na linguagem neutra de
gênero sem a necessidade de assassinato gramatical.
Liberdade é ter a obrigação de usar rótulos? Convenhamos, é possível
passar a mensagem sem isso. Ou há a obrigação de aparentar intelectualidade? De
seguir regras de militância? Mostrar academicismo? As pessoas andam preocupadas
demais com forma e descuidando do conteúdo #ficaadica
NOTA:
Perceba-se que este texto comenta sobre língua ESCRITA. O português
falado é outra coisa bastante diferente 😉
Não seja politicamente chato. E não passe mais vergonha: escreva corretamente (especialmente se você tiver voz, for influencer...)
Não seja politicamente chato. E não passe mais vergonha: escreva corretamente (especialmente se você tiver voz, for influencer...)